Indústria brasileira vai demandar 7 milhões de profissionais capacitados, afirma diretor do SENAI Nacional
Segundo
Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai Nacional, Brasil tem uma cultura de
bacharelado e os salários de nível técnico são, em muitos casos, superiores aos
de nível universitário.
No
Brasil, menos de 15% dos 24 milhões de jovens brasileiros entre 18 e 24 anos
chegam ao ensino superior, ou seja, apenas 3,4 milhões ingressam na
universidade. Mais de 20 milhões deste público podem buscar outro caminho
profissional.
Os dados
apresentados nesta quinta-feira (20/09) por Rafael Lucchesi,
diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)
Departamento Nacional, durante a coletiva de lançamento da Olimpíada do Conhecimento 2012, fazem
parte do Mapa do Trabalho Industrial – levantamento
da necessidade de profissionais entre 2012 e 2015, feito pela entidade. Segundo
Lucchesi, mais de 7 milhões de trabalhadores qualificados serão demandados no
período.
“Historicamente, nosso sistema educacional não
fez um grande investimento em educação profissional, por isso temos esses
números tão desbalanceados. A média dos países desenvolvidos integrantes da
OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] mostra que
metade dos alunos ficam na educação geral e metade em educação profissional”,
informou Lucchesi.
O diretor
explicou que, no Brasil, esse índice cai drasticamente: 6,6% dos jovens de 15 a
19 anos fazem educação concomitante entre educação geral e educação profissional.
“Algumas iniciativas de políticas públicas têm melhorado isso, como a expansão
da rede de escolas federais e o Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego], um programa importante de expansão da educação profissional
do qual o Senai é parceiro”, ressaltou.
Cultura
do bacharelado
Para
Lucchesi, o sistema educacional brasileiro é muito voltado para uma lógica
acadêmica. “No Brasil se criou uma cultura do bacharelado. Mais de 15% da
população vai para a universidade por não ter um projeto de vida social e uma
boa educação profissional.”
Ele
destacou que o mercado de trabalho para os profissionais de nível técnico
remunera bem, e que há uma onda jovem crescente da nova classe média, que cada
vez mais se afirma com carteira de trabalho assinada e educação profissional.
“Em 21 ocupações, o salário inicial é de 2 mil reais. A média gira em torno de
6 mil, podendo chegar, em alguns casos, a 8 mil reais”, revelou Rafael
Lucchesi.
“Os
salários são maiores do que as de muitas profissões de nível universitário, e é
importante haver este nível de informação para a juventude e para as famílias,
que a educação profissional pode ser, sim, uma excelente aposta de futuro”,
completou o diretor-geral do Senai.
Expansão
A
pesquisa ‘Mapa do Trabalho Industrial’, segundo Lucchesi, é uma das
maiores e mais intensas experiências de identificação no mapa de trabalho no
Brasil. “Isso é extremamente importante para coordenar as ações de expansão
futura no nosso sistema, que está se expandindo aceleradamente, e atender
melhor aos principais vetores de expansão de desenvolvimento da indústria
brasileira”, assinalou.
“Correlaciono
isso com a Olimpíada do Conhecimento, para que as duas pautas estejam
associadas à principal agenda empresarial do Brasil e à principal agenda do
projeto de país, que é a competitividade. É importante relacionar estes temas
no mapa do trabalho industrial brasileiro”, pontuou.
FONTE: http://www2.fiesp.com.br/noticias/industria-brasileira-vai-demandar-7-milhoes-de-profissionais-capacitados-afirma-diretor-do-senai/
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